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Sobre o Fábio Jr, a Jú e a vida.

Updated: May 23, 2020

Na sexta-feira passada, a Jú me mandou uma mensagem no Whatsapp: Live do Fábio Jr!

Eu estava no carro, com meus dois filhos, do lado de fora de um mercado em Colorado. Esperávamos mymarido sair, mascarado, carregando os potes de sorvetes que tanto queríamos! Tinha sido uma semana difícil e eu precisava daquele sorvete mais do que nunca.

Eu estava cansada. Das aulas virtuais do meu filho mais velho, das traquinagens da minha mais nova, do interminável desencaixotar de coisas na casa nova, da frustração de ver meus projetos caminhando num passo lento, nunca prioritário em meio à pandemia e à maternidade.

Já te aviso: quando a gente não fica em primeiro plano, a gente se perde. E se isso acontece num momento em que você nem estava segura do seu caminho, o risco de massacre emocional aumenta parabolicamente (as curvas exponenciais, hoje em dia, estão muito batidas).

Mas a Jú me mandou aquela mensagem e meu coração foi se enchendo de alegria ao pensar no Fábio Jr. Sim, sempre fui fã, me julguem. Mas o motivo da minha alegria era maior do que o ídolo questionável! O que me alegrava mesmo era pensar em cantar suas músicas na companhia da minha grande amiga Jú. Sim, ela está em São Paulo e eu aqui, mas a tecnologia faz milagres nessas horas.

A Jú foi minha melhor amiga por muitos anos, durante um período muito importante da minha vida. Juntas comemoramos meus 18 anos, nos aventuramos no volante pelas ruas de SP (recém-habilitadas), recebemos nossos diplomas (ela Matemática e eu, Física) e fomos madrinhas do casamento uma da outra.

Minha vida cigana nerd foi tirando a Jú do meu dia a dia, mas nunca do meu coração. Ela esteve lá no meu pré- e pós-divórcio, no puerpério do meu primeiro filho. De coração e pelo celular, eu também estive com ela nos momentos tão difíceis pelos quais ela passou nesses últimos anos. Nossas diferentes experiências recentes foram tornando nossas opiniões diferentes também, mas o respeito e o carinho permaneceram intocáveis.

É engraçado pensar como a gente vai se transformando conforme a vida vai lançando seus desafios... Como uma árvore que cresce mais forte com o vento, a gente também vai se modificando, endurecendo o coração para algumas coisas, relevando outras e se distanciando de nossas raízes em momentos turvos. É preciso atenção para que o crescimento seja na direção certa!

Se você, assim como eu, der o azar de atravessar o caminho de gente ruim, terá seus princípios colocados à prova e suas intenções deturpadas. E se, também como eu, insistir em compartilhar aquela poluída estrada, pode se perder na fumaça tóxica. Foi o que aconteceu comigo nesses anos que passei em Porto Rico.

Me perdi antes de encontrar um caminho alternativo. Quis lutar contra a sujeira, quis salvar quem também comigo respirava a atmosfera poluída, quis tornar salubre um universo cheio de podridão. E, sem que eu percebesse, aquele universo tornou-se meu e aquela luta tornou-se eu. Meu combustível era a raiva, o desencanto, a indignação. Combustível potente, preciso te contar. E assim, fui sendo movida para um lugar escuro, estressante, feio. E, adaptável que sou, fui me tornando a pior versão de mim mesma. Pra sobreviver àquele lugar e para continuar a luta.

Aqueles que estavam por perto, foram se contaminando também e se adaptando àquela nova eu. Tentavam resistir e me parar, mas eu acelerava na potência total e arrastava todos comigo. Eu já estava perdida! Não havia ninguém imune por perto para me lembrar, constantemente, de quem eu realmente era. Eu não gostava daquela nova versão, mas já não lembrava das anteriores.

Há quase um ano, tento ativamente reencontrar o meu caminho. Saí da estrada suja, por um atalho confuso e doloroso. Sigo sem olhar para trás, mas sei que ainda não estou distante o suficiente. De vez em quando, sinto o fedor daquela gente podre. Quando isso acontece, caminho mais rapidamente.

Além de mudar a direção, precisei mudar o combustível que me movia. Para onde quer que eu esteja indo, quero ser movida apenas por aquilo que me emociona, me acolhe, me inspira a ser a melhor versão possível. Quero caminhar com os meus em direção à um futuro tranquilo, iluminado e lindo. Estou em fase de detox!

E é aí que entra o Fábio Jr., a Jú, minha família e todos os outros amigos e amigas do passado que continuam por perto (mesmo que virtualmente). Eles são meu elo com minha essência. Eles me fazem lembrar de quem eu era antes da vida virar essa bagunça pós meus vinte e poucos anos. Eles me ajudam a entender quem eu realmente sou. Eles são o vento bom, que me faz crescer forte na direção certa.


Cantar Fábio Jr. novamente com a Jú me reconectou com a minha versão mais pura e me abasteceu de amor. E como diz o próprio Fábio Jr.: o amor não tem que ser uma história com princípio, meio e fim. <3


Brigaduuuuu!


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